Thursday, September 6, 2007

Mansidão ou cinismo





Detesto, com ferocidade, quem quer que se julgue dono do mundo ou da vontade de alguém.
Porque todos temos defeitos, falta-nos, por vezes, o ser "manso de coração".
A mim, com muitíssimos mais defeitos do que virtudes, não só me falta a mansidão. como sou capaz de um elevado cinismo para quem acho que o merece.
Como é frágil e imperfeita a nossa humana condição!

Wednesday, September 5, 2007

Ainda o Agnus Dei


Ouvi, em tempos, alguém a dizer a outrém: "Salta a cerca, salta a cerca"...
O Agnus Dei, sofrido, arrastado, resignado, conformado, aceitando a Cruz ou, por outro lado, saltando a cerca, assumindo-se como Alfa do rebanho?

Sunday, September 2, 2007

Ainda vivem?

Já morreram os meus pais, ambos.
Contudo, no seu quintal, as flores permanecem vivas.
Como aceitaremos que tudo se renove e não voltem mais aqueles que amamos?
Que mistério é este da vida da morte?
Se já dizia Camões: "...Tão Longo Amor Tão Curta a Vida"...




Thursday, August 16, 2007

Pedra e azul







E o azul a que volto sempre, a que volto ainda, por mais um pouco!



Tuesday, August 7, 2007

Ainda cuido, ainda planto



















Ainda amo e fotografo.

Poema - REQUIEM POR MIM

Aproxima-se o fim.
E tenho pena de acabar assim,
Em vez de natureza consumada,
Ruína humana.
Inválido do corpo
E tolhido da alma.
Morto em todos os órgãos e sentidos.
Longo foi o caminho e desmedidos
Os sonhos que nele tive.
Mas ninguém vive
Contra as leis do destino.
E o destino não quis
Que eu me cumprisse como porfiei,
E caísse de pé, num desafio.
Rio feliz a ir de encontro ao mar
Desaguar,
E, em largo oceano, eternizar
O seu esplendor torrencial de rio.

Miguel Torga

Pelos caminhos


Os pés errantes continuam.
Porque em frente é que é o caminho.
Desistir, não!
Desistir, nunca!

Thursday, July 26, 2007

Guarda-me a alma, como diz o Poeta


Para que eu continue a "ter alma" quando conseguir voltar...

Friday, July 13, 2007


O barco vai de saída
Adeus ao cais de Alfama
Se agora ou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P’ra lá da loucura
P’ra lá do Equador

Ah mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
da Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra-mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida
........................................
Fausto
em "Por este Rio acima"

Quase como um coração


onde o pulsar se sente!

Friday, July 6, 2007

Dúvidas



Questiono-me:
sou paciente como uma abelha, ou sou lenta (lerda) como um caracol?
Será que vou morrer na dúvida?

Sunday, July 1, 2007

As noites do verão


É com lanternas assim, singelas, que ilumino o meu terraço, nas noites do Verão.
Mas quando o luar resplandece, dou folga às lanternas, deito-me num pedaço de relva e viajo.
Porque, para os pensamentos e os afectos, o "lá longe" não existe.

Friday, June 29, 2007

PENÉLOPE

Desfaço durante a noite o meu caminho.
Tudo quanto teci não é verdade,
Mas tempo, para ocupar o tempo morto,
E cada dia me afasto e cada noite me aproximo.

Sophia M. B. A.

Wednesday, June 27, 2007

A vela enfunada


E a gente fica na margem!

Tuesday, June 26, 2007

Solitário



É um estado de espírito, ou uma jarra alta e fininha?
É ambos.

Monday, June 25, 2007

Sobre carris


Viajam os sonhos!

Thursday, June 21, 2007

O poder da imagem, a força da palavra




Há imagens que nos dilaceram como punhais afiados.

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E há gestos e palavras que acendem uma luz.

Tuesday, June 19, 2007

Ou isso...




Gosto de levar o cão a passeio.
Não é meu, mas é dócil e um bom pretexto para espraiar a vista.

Monday, June 18, 2007

Como os pardais


Bastam-me uns bocadinhos pequeninos, migalhas - que me não deixem morrer.

Sunday, June 17, 2007

Mecanismos


Mecanismos onde já não canta a água.
Porque se esvaziam as taças?

Friday, June 15, 2007

Rapazinhos

Rapazinhos, ouvi eu chamar a esta planta arbustiva.
Vá-se lá imaginar o motivo de tal denominação!
Sei que, tirando a corola do cálice, se levarmos aos lábios a parte afunilada, há um suco doce.

Thursday, June 14, 2007

Cores vibrantes


Palavras vibrantes.
Sentimentos fortes.
Porque a vontade de viver é instintiva.
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Mostrai-me as anémonas, as medusas e os corais
Do fundo do mar.
Eu nasci há um instante.
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Sophia de Mello Breyner

Wednesday, June 13, 2007

Debaixo da superfície lisa


há arestas vivas.

Tuesday, June 12, 2007

Tão forte o apelo


Tão doridos os pés!

Monday, June 11, 2007

Mutilações


Barbárie!
Todas as mutilações.

Sunday, June 10, 2007

Uma semente


É uma esperança.
É uma promessa de futuro.
Adormece, esconde-se e faz-se vida nova.

Saturday, June 9, 2007

Porque o azul


Acalma e acalenta.
Azul deve ser a cor da poesia.

Friday, June 8, 2007

Também nós, as pessoas...


precisamos, vez por outra, de ir a conserto!

Wednesday, June 6, 2007

Pastor de estrelas


ou pastora de pombas...

Saudades do mar

De perto.
E do mar de longe.