Saturday, January 26, 2008

Por aqui


Ver, ouvir e cheirar o rio, as gentes e os barcos que chegam e partem.
Bebendo um cálice de melancolia - das viagens que não fiz, das rotas que não trilhei.
Contudo, há também um encantamento em estar neste lugar, onde às vezes estive com alegria e boa disposição, em amenas cavaqueiras, ou com o pensamento longe, longe. Porque o sonho não paga imposto e ajuda a dar cor à vida. Quando as gaivotas se mostram em bailados exuberantes, quando a neblina parece querer engolir-nos, quando as pranchas do cais rangem em agonia nos dias de ventos fortes, quando as ondas lambem as pedras esverdeadas pelos limos, sempre me embala a canção do rio. Já por aqui me assaltaram pensamentos sombrios e tristes, já por aqui me renasceu a esperança e a força para enfrentar a vida. Ah meu rio Tejo, como te sinto meu!

Friday, January 25, 2008

Wednesday, January 23, 2008

Wednesday, January 2, 2008

Porque há esperança

De cada vez que é Ano Novo reacende-se uma pequena luz - a luz da esperança de que tudo pode sempre ser melhor, de que o futuro há-de ser mais generoso e mais feliz, porque a busca da felicidade é uma estrada sem fim.
Mesmo quando julgamos ser os donos de muitas desilusões, de todos os desencantos, quando acreditamos que a nossa fé, em nós e nos outros, era vã e infundada, teima a pequena luz em brilhar.
Talvez a fé nunca nos abandone completamente - talvez ela apenas vá tomando aspectos renovados e facetas dantes desconhecidas. Talvez os desencantos sirvam, apenas, para nos tornar menos ambiciosos, mais lúcidos, mais gratos por tudo de bom que nos é concedido.
Que seja o Ano Novo um manancial de generosidade, serenidade e aprendizagem para todos.
Que haja paz nos corações e alegria nos rostos.
Que tenham as crianças direito à infância.
Que tenhamos todos direito à dignidade e à justiça.